terça-feira, 11 de setembro de 2018

Wild Autumn Wind

Através das planícies vêm montes de areia
De túmulos de água e tumbas do homem.
O peso vazio da história,
Desidratado e soprando livre.

No despertar, tudo é poeira.

Os ossos de bestas e os ossos de reis,
Tornam-se o pó no despertar do hino.
Reinos poderosos subir, mas todos eles cairão,
Não mais do que um sopro no vento.

Espectros e deuses à deriva no vento triste selvagem,
Ciclos vastos desdobram em toda a extensão da æons
Colossais guardiões consumidos e deixados como túmulos
E até mesmo estrelas vai se dissipar em empíreas mortalhas.

Nos cofres cinzentos, em rolos de pergaminho
Os versos ecoados gentis a portagem.

No despertar, tudo é poeira.

Desolação vasta,
Silencioso túmulo de æons.

Fantasmas assistem de frias torres cósmicas,
Olhos cintilantes de urso de jade finalmente testemunham.

Templos desmoronam enquanto a grande roda gira.
Reduzidos a pó.
Monumentos e megálitos sem nome,
Caem tal qual.
Terra e céu acobertadas em vazio imortal,
Noite sem fim.
Verme do Outono clama seu último trono.

Os ossos de bestas e os ossos de reis,
Tornam-se o pó no despertar do hino.
Reinos poderosos subir, mas todos eles cairão,
Não mais do que um sopro no vento.

- Caladan Brood



quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Of Beren and Luthien

As folhas eram longas, e a grama era verde
As cicutas-umbela altas e graciosas.
E na clareira uma luz era vista
De estrelas em sombras brilhando
Tinúviel lá dançava,
À música de uma flauta oculta
E a luz das estrelas habitava seus cabelos,
E reluzia em sua vestimenta.

Então Beren veio de montanhas gélidas,
E perdido vagueou por entre as folhas.
E por onde o rio élfico corria
Ele caminhava sozinho e pesaroso.
Ele espreitava entre as folhas de cicuta,
E observava maravilhado flores de ouro
Por sobre seu manto e suas mangas
E seus cabelos como sombras acompanhando.

Seus penosos pés curavam por encantamentos,
Que por sobre montes estavam condenados a vagar.
E adiante ele apressou-se, forte e rapidamente
Agarrando-se à raios de luz lunar reluzentes,
Através de florestas em terras élficas.
Ela levianamente fugiu em pés dançantes
E o deixou ainda sozinho para vaguear,
Espreitando pela floresta silenciosa.

Lá ele escutava usualmente os sons,
De pés graciosos como folhas de tília
Ou música correndo por debaixo da terra,
Em vazios ocultos estremecendo
Agora murchas estendiam-se os ramos de cicuta.
E uma por uma com suspiros,
Sussurrando caíram as folhas arvorescas
Balançando-se pelas terras invernais.

Ele a buscou eternamente, vagando distantemente.
Onde as folhas passadas eram grossamente dispersas.
Pela luz da lua e raios estrelares,
Em gélidos céus estremecendo,
Seu manto reluzia sobre a lua
Como em um cume alto e distante.
Ela dançava, e pelos seus pés estendia-se
uma névoa de nuances prateados.

Quando o inverno passou, ela veio novamente
E sua canção libertou a abrupta primavera.
Tal qual o nascer florido, e chuva caindo
E água fervente borbulhando.
Ele viu as flores élficas desabrocharem,
sobre seus pés, que se curaram novamente.
Ele ansiava por ela para dançar e cantar
Livremente pelas terras gramadas.

Novamente ela fugiu, mas velozmente ele veio.
Tinúviel! Tinúviel!
Chamando-a por seu nome élfico,
E lá ela aguardava escutando.
Em um momento parada ela estava, e um feitiço veio.
Sua voz clamava por ela: Beren veio.
E ruína caiu sobre Tinúviel,
Que em seus braços estendia-se cintilando.

Como Beren olhava em seus olhos
Com as sombras de seus cabelos.
A agitada luz estrelar dos céus
Ele podia ver reluzindo e brilhando.
Tinúviel a graciosa elfa,
Donzela imortal e sábia,
Por sobre ele lançou seus cabelos sombrios
E braços como prata reluzindo.

Longo era o caminho que o destino trouxe sobre eles.
Sobre montanhas gélidas e cinzas,
Entre salões remotos e portas sombrias.
E bosques de ervas-moura seguras
O grande mar de Arda entre eles se estendia.
E ainda por fim eles se encontraram mais uma vez,
E há muito eles faleceram,
Cantando jubilosamente pela floresta...

- J.R.R. Tolkien



terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Like a Stone

Em uma tarde suave,
Num quarto cheio do vazio
Abertamente, confesso
Eu estava perdido nas páginas,
De um livro cheio de morte.
Lendo como nós vamos morrer sozinhos
E se formos bons, nos deitaremos pra descansar,
Em qualquer lugar que quisermos ir.


Em sua casa
Eu quero estar,
Quarto por quarto,
Pacientemente.
Vou esperar por você lá
Como uma pedra.
Vou esperar por você lá
Sozinho.


Em meu leito de morte, vou rezar
Aos deuses e aos anjos
Como um pagão, para qualquer um
Que me leve ao paraíso.
Para um lugar do qual me lembro,
Eu estive lá já faz muito tempo.
O céu estava ferido, o vinho era sangue
E lá você me conduziu.

E assim eu li
Até o dia acabar
E me sentei arrependido
Por todas as coisas que fiz,
Por todos que abençoei,
E por todos que ofendi.
Em sonhos até minha morte
Irei vagar.


Na sua casa,
Eu quero ficar.
Cômodo a cômodo
Pacientemente.
Vou esperar por você lá,
Como uma pedra.
Vou esperar por você lá,
Sozinho,
Sozinho...

- Chris Cornell (R.I.P)


segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

You Were But A Ghost In My Arms

Como a neve que cai, você chora uma tempestade silenciosa.
Suas lágrimas pintam rios nesse muro de carvalho.
Néctar âmbar, icor da miséria.
Em cascata nos riachos de forma sagrada.
Para cada mancha, uma sombra abandonada.

Você é o espírito lúgubre,
Gravado no carvalho da maravilha.
Você é a voz soturna e a silenciosa tempestade.

Toda noite eu me deito,
Despertado por sua trêmula voz silenciosa.
Das formas nas paredes do corredor
Ela penetra a solidão como um grito distante.
No breu da floresta da minha ilusão.

A cada dia que passa, uma sepultura mais profunda.

"Por que você me deixou para a morte? "
"Por que você me abandonou? "
"Por que você foi embora e me deixou amargando na saudade? "

Sua assombração, desespero contorcido foi gravado nos grãos da madeira.
Embora o fogo queime dentro de mim, nenhum fogo arde mais ferozmente do que seu desejo.
A forma sussurra meu nome.

Eu amaldiçôo este carvalho!
Eu amaldiçôo sua tristeza!
Eu amaldiçôo estes corredores de carvalho
Que levam os fantasmas daqueles que eu joguei fora!

Embora tentado estou a acariciar sua textura divina,
E saboreando de sua doce dor, doce como o ardente vinho,
Devo queimar estas salas, estes corredores.
E silenciar sua, atormentante voz,
Para sempre.

Como a neve que cai, você chorou uma tempestade silenciosa.

Nenhuma lágrima manchará este pó nas minhas mãos.
Mas a partir destas cinzas, sua voz ainda
Sussurra o meu nome.

Você foi o espírito lúgubre,
Que assombrou o carvalho da maravilha.
Você foi o fantasma, que advertiu esta congelada tempestade silênciosa

Você foi como um fantasma em meus braços.

- Agalloch


quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Queen Of The Dark

Do vinho, Opacitas pega seu trono.
Através da luz do nascimento cintilante,
Trazida pela loucura e sementes natimortas,
Abraçada pelas sombras que ela invoca eternamente.

Amante dos caminhos maliciosos
Demônio, Rainha das Trevas
Profanado seja o teu nome, Opacitas.

"...E os anjos caíram da graça naquela noite,
Cercados pelas trevas e sustos terríveis
Ascendendo como um ícone no meio de igrejas e tumbas
Enquanto Opacitas os murcha em seu útero..."

Cálices cheios de sangue divino,
Velas negras e essência queimando.
Seduzindo o reino dentro da tentação
Como os paraísos tremem com medo

Do vinho, Opacitas pega seu trono
Através das velas da luz cintilante.
Abraçada pelas sombras que ela invoca,
Trazida pela loucura e sementes natimortas...

- Siebenbürgen



quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Bridges

Na escuridão eu desvendo
novas verdades que eu sofri.
Por muito tempo para abraçar
Elas vão me mudar daqui em diante,
Mas eu não posso dividir isso com ninguém.
Eu queria que você estivesse aqui comigo esta noite...

Quando eu não estou sozinho,
Eu rompo momentos de silêncio.
Construindo pontes com palavras sem sentido
E apenas sinto a distância aumentando.
Lembre-se de ser feliz em nosso silêncio,
Eu queria que você estivesse comigo esta noite...

Eu não preciso uma razão, não há nada para explicar.
Eu não posso censurar sua ida para justificar a minha dor...
Mas eu posso realmente entender,
Eu queria que você estivesse aqui comigo esta noite...

Eu leio tudo o que você me escreveu,
As palavras significam muito mais nestes dias
Elas ecoam na minha alma,
Elas me ferem como uma queimadura.
Poderia sentir tanto?
Eu queria que você estivesse aqui comigo esta noite...

- Warning


sábado, 15 de julho de 2017

Elizabeth

Debaixo do luar dos velhos céus húngaros,
Sepultada na terra encharcada de sangue.
Essas terras estéreis de gelo
Ela era uma mulher má com uma antiga alma demoníaca
Olhos penetrantes sem emoção
Um coração tão negro e frio.

Elizabeth, no abismo onde estava a minha alma.
Eternamente jovem, Elizabeth Bathory no castelo de sua morte
Você ainda está viva, Elizabeth?

Seu pacto com Satanás,
Sua desfeita da humanidade,
Seus atos de crueldade e seu desejo por sangue,
Faz dela um de nós.

Nossa condessa anciã lhe foi recusada desejos,
Se banhar em sangue fresco puro
Ela deseja virgens camponesas mortas.

Elizabeth, no abismo onde estava a minha alma
Eternamente jovem, Elizabeth Bathory no castelo de sua morte
Você ainda está viva, Elizabeth?

- Ghost